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Um blog que serve como memória virtual para temas do meu interesse.
Queria comprar um pouco de borrego para o jantar de ontem. Chegada ao talho do supermercado (hora de almoço) constato que borrego, nem vê-lo (está em promoção, esgotou.... ). Ando por ali às voltas, sem saber bem o que levar...
Outra promoção, cabrito. Eu adoro cabrito, mas sou muito "hipócrita": nunca o comprei e faz-me pena o bicho ali, inteiro, despido (e ainda consigo visualizar os cabritos com que brinquei na infância). É um conflito interior, acho mal comermos carne, mas acho também que é adequado à nossa espécie. (Já tentei uma "plant based diet" mas abandonei).
O marido que estava comigo lá pediu ao senhor do talho, meio cabrito, com as "miudezas" incluídas (e meia cabeça, que pedi para colocar num saco à parte, dei logo à sogra para a comida dos cães).
Miudezas: rim, coração, fígado e "bofe" (pulmão).
O que fazer? A única sugestão do marido era arroz, coisa que evito comer.
O que fiz? Arranjei as peças o melhor que soube, cortei em pedaços pequenos e salteei numa frigideira bem quente, com um pouco de sal e azeite. Fui juntando vinho branco (sempre com a frigideira quente, para ajudar a evaporar o álcool), um pouco de massa de pimentão caseira, polpa de tomate biológica, pimenta rosa. Depois de já estarem algo cozinhados, coloquei couve coração (cortada em juliana) a "cozer/suar/saltear) naquele molho e vapor aromáticos. Tapei a frigideira com uma tampa.
Resultado final? Muito saboroso, inclusive trouxe para o almoço, sem mais nada.
Acho mesmo que vou começar a apostar mais nestes pratos, as miudezas são muito ricas em ferro, vitaminas do complexo B e zinco. E costumam ser um alimento económico (porque poucas pessoas as gostam de consumir).
As miudezas são também conhecidas como fressura, sendo a fressura um prato típico de certas regiões de Portugal.